A prova de conceito do que for criado durará três meses. Após esse período, serão dois os caminhos, afirmam analistas da ABDI: ou a empresa participante decide investir na tecnologia para implementá-la internamente ou a ABDI aporta recursos financeiros no projeto. Para esse segundo passo acontecer, porém, a agência precisa avaliar que há potencial de replicação para o restante da indústria.
A gente acredita no potencial multiplicador da tecnologia. Por isso, vamos coletar dados das empresas que passarem pelo programa. Em outro projeto nosso, uma aplicação de inteligência artificial consumiu R$ 300 mil em investimento, mas teve ganho de R$ 5 milhões anuais. Nem todas as tecnologias são assim. Mas a gente vai multiplicar [as ações] para as indústrias, porque acredita que o valor vai ser muito maior que o investido
Bruno Jorge, da ABDI
No fundo, continua o gerente, o propósito da Metaindustria é provar que um ecossistema, e não apenas uma única empresa, é capaz de resolver os gargalos da indústria. Para exemplificar seu ponto, ele algumas das conclusões do livro “Os nove titás da IA”, em que a futurista Amy Webb discorre sobre como Amazon, Google, Facebook, Tencent, Baidu, Alibaba, Microsoft, IBM e Apple se tornaram empresas capazes de sozinhas mudar os rumos do mundo.
“O resto do mundo tem que cooperar”, comenta ele. “E no Brasil, esse desafio é ainda mais difícil, seja pelos aspectos de cooperação intelectual, culturais ou de concorrência.”
É por isso que o projeto provoca grandes empresas a encampar poucas verticais em vez de abraçar todas elas, explica Jorge.
O gerente da ABDI explica ainda que, além de ajudar empresas a atravessar a jornada da transformação digital, o Metaindustria pode resultar em políticas públicas do MDIC de fomento a iniciativas conjuntas de inovação.